terça-feira, 19 de março de 2013


O sorriso que nasceu

O sorriso que nasceu
voou de mim
Devaneou no luar de um lugar
Com adornos de escol e cetim

Atreveu-se o sorriso
Em trilho de pedras mágicas
Orvalhou um ninho de passarinho
Fez-se vento de mel
Estatelou-se de carinho
Nas fuças avaras e trágicas

Sorriu devagarinho, quase pranto
No salitre da tristeza
Sentindo nua a mesa

E quando a noite já sem razão
Vestia a fome de espanto
Sorriu de novo devagarinho
Nas bocas meninas, sem pão

Pudesse o sorriso mudar um rosto
Caiar todas as íris da cor Agosto
Tão singelamente podia
Ser feliz…

e porque...
o sol se enfeita de aurora
E soletra amor com o rio
Deixei meu sorriso agora
Correr como riacho vadio!


Ana Maria de Portugal

a 29 de Dezº de 201

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